
Na Mata Atlântica são encontradas mais de 20 mil espécies de plantas e de quase cinco mil espécies de animais, além de sete bacias hidrográficas do país. Guardião de tamanha biodiversidade, o bioma tem um papel fundamental na limpeza do ar, na regulação do clima e na proteção do solo, rios e nascentes, contribuindo, ainda, para equilibrar as temperaturas e a umidade nas áreas de floresta por meio de seus serviços ecossistêmicos.
Os sistemas de monitoramento - Atlas da Mata Atlântica e SAD Mata Atlântica² - apontam que a área total desmatada caiu 14% em 2024, porém, as matas maduras, que possuem maior biodiversidade e estoque de carbono, apresentaram uma redução de desmatamento de apenas 2%. Essa diminuição modesta entre 2023 e 2024 renova o alerta e a necessidade de articulação de diversas frentes para a preservação e a conservação do bioma.
A vulnerabilidade da Mata Atlântica está expressa também no que ainda resta de floresta original: 24%, sendo apenas 12,4% de floresta madura e bem preservada. O desmatamento zero e aumento de remanescentes são metas que orientam as ações para salvaguardar o extenso bioma, que abrange cerca de 15% do território nacional e está presente em 17 estados.
O sul da Bahia, onde a Tabôa está sediada, é uma das regiões mais biodiversas, considerada um hotspot, onde estão áreas de alta biodiversidade e alto grau de endemismo, com espécies exclusivas dos territórios. Aqui estão localizados, por exemplo, o Parque Estadual da Serra do Conduru - PESC, a área de Proteção Ambiental (APA) Itacaré/Serra Grande, o Parque Ponta da Tulha e a APA Lagoa Encantada/ Rio Almada.
Para além das áreas protegidas, em grande parte das áreas de cultivo cresce o cacau à sombra da floresta, manejado no sistema cabruca, similar a uma agrofloresta. Integrando árvores e cultivos agrícolas em um mesmo espaço, a produção na cabruca promove a diversidade e favorece a saúde do solo. Fortalecer sistemas mais resilientes como esse permite a união de geração de renda e de conservação da Mata Atlântica.
Fortalecendo a Mata Atlântica

Outra frente é o apoio à meliponicultura - criação de abelhas sem ferrão, neste caso, da espécie Melipona mondury, conhecida popularmente como Uruçu Amarela. Enquanto agricultoras/es manejam colônias, ampliam o número de indivíduos da espécie e os seus importantes serviços ecossistêmicos.
A Tabôa também tem apoiado a restauração florestal com inclusão produtiva. Além do crédito e Ater, essa metodologia associa o pagamento por serviços ambientais, a fim de fortalecer agricultoras/es familiares que vivem em um contexto de vulnerabilidade social e climática, subutilização da terra e desmatamento. Localizados em assentamentos de reforma agrária, os primeiros 30 hectares já estão sendo preparados para serem restaurados.
Em 2024, a Tabôa aderiu ao Pacto da Mata Atlântica, movimento que articula e integra atores interessados na restauração do bioma, induzindo ações e resultados em larga escala, atuando como um catalisador da restauração florestal. Os protocolos do Pacto balizam a execução e o monitoramento das ações da Tabôa.
¹ Fonte: https://sosma.org.br/causas/mata-atlantica
² O Atlas da Mata Atlântica é coordenado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O SAD (Sistema de Alertas de Desmatamento) Mata Atlântica é desenvolvido em parceria pela SOS e MapBiomas.
Fotos: Acervo Tabôa | Analee