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Polén e néctar são fontes de energia e nutrientes para as abelhas. É por isso que as plantas que ofertam esses recursos precisam estar próximas às colônias, para que elas cresçam fortes, realizem seus serviços ecossistêmicos - como a polinização - e gerem mel e outros produtos. Uma estratégia é a implantação de pastos melitófilos - ou meliponícolas - em Sistemas Agroflorestais (SAFs).
Pitanga, pimenta rosa, jasmim laranja, moringa, girassol, margaridão, atrapeia, palmeira juçara são alguns dos exemplos de plantas que podem compor o SAF e atender às necessidades alimentícias das abelhas. Na horta, algumas espécies como o hortelã também atraem os pequenos animais. Muitas sementes dessas plantas podem ser coletadas na natureza ou mesmo trocadas com outros meliponicultoras/es. Saber como integrá-las aos sistemas agroflorestais é um conhecimento que vai contribuir para produzir um mel com muitos nutrientes, de mais qualidade e valor.
O II Encontro Uruçu na Cabruca, que aconteceu em novembro nas instalações do IF Baiano - Campus Uruçuca, contou com um painel sobre o tema apresentado por Ingrid Sousa, bióloga e meliponicultora convidada para o evento. As vantagens de prover o bem-estar das abelhas para quem as cria racionalmente são inúmeras.
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Ingrid explica que uma colônia saudável precisa da disponibilidade desses recursos alimentares ao redor, pois, assim, as abelhas não precisam gastar energia à procura da alimentação. “Temos plantas que fornecem só néctar, plantas que fornecem só pólen e tem plantas que fornecem as duas coisas. Então, quando se monta um calendário, o calendário melitófilo, consideramos plantas perenes e plantas que vão florescer em um determinado período. Assim, temos que pensar que, se a planta fornece só néctar e ela não é perene, então a abelha vai sentir uma dificuldade de ter essa fonte de alimento em alguns períodos. Então, quando for a hora de montar um calendário, é preciso considerar uma diversidade de plantas, mais as arbustivas, as rasteiras, as de extrato primário, de extrato secundário, além, claro, da disponibilidade de água por perto”, explica.
Mais sobre o Uruçu na Cabruca | O projeto promove a prática da meliponicultura no contexto da agricultura familiar no Sul da Bahia, região historicamente conhecida pelo cultivo de cacau no sistema cabruca, sob a sombra de árvores nativas da Mata Atlântica. Por meio de capacitações, implantação de meliponários e acompanhamento técnico especializado para famílias agricultoras, a ideia é fomentar a criação de um polo regional de meliponicultura, gerando alternativa de renda complementar para agricultores/as familiares e disseminando práticas mais sustentáveis para a preservação da Mata Atlântica e da abelha Uruçu Amarela.
O Uruçu na Cabruca é realizado em parceria pela Tabôa Fortalecimento Comunitário e pelo IF Baiano – Campus Uruçuca. E conta com os apoios do Ministério Público do Estado da Bahia, que também participou de sua concepção, e do Instituto humanize.
Fotos
Painel sobre pasto melitófilo no II Encontro Uruçu na Cabruca: Acervo Tabôa | Florisval Neto.
Planta aroeira (pimenta rosa): Acervo Tabôa | Tacila Mendes.
Fotos
Painel sobre pasto melitófilo no II Encontro Uruçu na Cabruca: Acervo Tabôa | Florisval Neto.
Planta aroeira (pimenta rosa): Acervo Tabôa | Tacila Mendes.